MANRS

De Wiki BPF
Revisão de 15h33min de 28 de junho de 2019 por Gondim (discussão | contribs)
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Objetivo:

Preparar e/ou ajudar à configurar o ambiente de network de maneira segura, a fim de conseguir passar na certificação do MANRS (Mutually Agreed Norms for Routing Security) ou Normas de Acordo Mútuo para Segurança de Roteamento. Mas por que eu devo participar do MANRS? Porque fazendo isso estará contribuindo para uma Internet muito melhor para todos, tornando-a mais segura, mais robusta, limpeza do tráfego sujo, marketing positivo da sua empresa no mercado, etc. A limpeza do tráfego traz ganhos operacionais e financeiros, ganhos de tempo de pessoal de suporte, etc. É fácil e simples se certificar no MANRS? Algumas coisas sim e outras são mais complexas mas nada que um profissional de TI não consiga fazer com um certo estudo e dedicação, afinal essa é a graça e aí que está a comprovação do nosso valor no mercado.

Panorama:

Atualmente, durante a criação desse artigo, existem +6000 Sistemas Autônomos no Brasil e apenas 18 deles participam do MANRS. Muito pouco e para que tenhamos uma Internet melhor, todos precisamos fazer nossa lição de casa e participar desse projeto. Grandes players já estão fazendo sua parte. Recentemente a Microsoft virou participante conforme essa notícia.Tudo que é cobrado vai beneficiar seu AS, assim como os outros pelo mundo. Uma pergunta bem básica: você gosta de sofrer ataques de DDoS? Então não faça com os outros, o que não gostaria que fizessem com você. O que quero dizer é: não deixe que usem sua infra estrutura para promoverem DDoS pela Internet à fora. Grande parte dos ataques são executados usando técnicas de spoofing em cima do protocolo UDP para esconderem sua verdadeira origem e direcionando os ataques aos alvos que o agressor escolheu. Imagine uma carta e nela você tem o remetente e o destinatário ok? Você resolve enviar uma carta para alguém mas coloca como remetente o seu vizinho. Para quem a carta será respondida? Para você ou seu vizinho? Sim seu vizinho e é assim que funciona um ataque de amplificação por exemplo. Mas esse é apenas um dos problemas pois também sofremos com sequestros de IPs (hijacks). Estes ocorrem quando operadoras de trânsito não filtram corretamente os anúncios BGP que vão para o mundo, permitindo que um AS abaixo anuncie erradamente o prefixo pertencente à outro AS. Junto à isso ainda temos static loops, serviços vulneráveis rodando, etc.

Vamos começar?

Dois dos quatro itens avaliados pelo MANRS são relativamente tranquilos de configurarmos e indispensáveis para qualquer Sistema Autônomo. Eles são o PeeringDB e o IRR (Internet Routing Registry). O primeiro é gratuito mas o segundo eu recomendo usar o RADB. Este é pago anualmente mas vale cada centavo e possui uma interface de configuração extremamente fácil via web. Abaixo falarei sobre cada um e mostrarei exemplos de configuração para terem algo em que se basear, quando forem criar o de vocês.

PeeringDB:

O PeeringDB é uma enorme base de dados de informação sobre os Sistemas Autônomos espalhados pelo mundo. Nela colocamos informações como: contatos do NOC para resolução de problemas, quantidade de prefixos anunciados, looking glass, tipo de rede, pontos de troca de tráfego, facilities, protocolos suportados e muitas outras informações. Esse serviço é muito importante para que possamos localizar os dados de um AS, por exemplo, em caso de problemas. Nada melhor que saber pra quem ligar ou contactar e ter isso em fácil acesso. Outra que isso é indispensável para que outros Sistemas Autônomos te contacte para fechar algum peering interessante para ambas as partes. Empresas como Google, Netflix e Facebook exigem que você tenha cadastro no PeeringDB antes de qualquer negociação. Você pode iniciar seu registro aqui. Para que o cadastro do seu AS seja concluído de forma rápida e sem problemas, utilize o mesmo e-mail para registro, que consta como responsável pelo seu AS. Você pode checar isso facilmente usando o comando "whois as<número>" em um sistema que tenha whois, um Linux por exemplo, ou através de consulta web no Registro.BR mas precisa estar logado com seu usuário do RegistroBR. Abaixo umas telas exemplo:

Registro.br.png
Tela2 whois.png

Para ajudar na configuração do seu PeeringDB, abaixo mais telas com informações sensíveis protegidas:

Tela3.png
Tela4.png

IRR Internet Routing Registry:

O IRR é uma base de dados distribuída e sincronizada entre algumas organizações, que mantém informações sobre políticas de roteamento de Sistemas Autônomos e que usa uma linguagem chamada Routing Policy Specification Language (RPSL). Uma lista dessas organizações que mantém o IRR funcionando, pode ser encontrada aqui. Além das políticas de roteamento também informamos nossos prefixos IPv4 e IPv6 a fim de que possam ser usados como dados nos filtros de Sistemas Autônomos de Trânsito para evitar os chamados hijacks(sequestros) de IPs. Mas para que isso dê certo, é importante que esteja sempre atualizado. Nesse artigo vou citar como exemplo e recomendação o RADB, que é um serviço pago anualmente. Lembrem-se, o IRR é um dos 4 requisitos para ser aprovado no MANRS. Para criar seu registro acesse esse link. Procure fazer todos esses registros sempre usando o e-mail que consta como responsável pelo seu AS, conforme citei mais acima. Isso evitará problemas e atrasos nos processos de validação. Abaixo algumas telas de exemplo de objetos dos registros, com informações sensíveis mascaradas. Nesse caso tenho configurado os objetos: aut-num,

Tela5.png