Tutorial DNS Hyperlocal

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Introdução

A Zona Raiz do Sistema de Nomes de Domínios (DNS) é servida por 12 organizações que operam instâncias anycast de servidores de nomes autoritativos provendo respostas para a raiz do DNS. Estas instâncias estão distribuídas em mais de 1000 localidades ao redor do mundo.  Apesar deste grande número de servidores e alta capacidade provisionada para a resolução da raiz de nomes, ainda existe a possibilidade de que um grande ataque coordenado de negação de serviço (DDoS) possa comprometer o acesso à internet para muitos usuários.

Para minimizar e prevenir esta ameaça, existe a possibilidade de adicionar um fator de resiliência na configuração dos servidores recursivos do provedor de internet através do uso de uma cópia local da zona raiz, chamada de Hyperlocal. Hyperlocal é apresentado em detalhes na RFC 7706  e, resumidamente, consiste em executar uma cópia da zona raiz no mesmo servidor de serviços de resolução recursiva. Desta forma, as consultas à zona raiz dos clientes são respondidas localmente sem necessidade comunicação externa entre os servidores. Isso resulta em maior robustez do serviço em caso de ataques e ganhos na velocidade de provimento de respostas às consultas ao DNS dos usuários.

Este tutorial foi criado para compartilhar a prática de implementação de um sistema Hyperlocal para a configuração de servidores de DNS do tipo BIND9 e Unbound. Outras configurações e softwares mencionados na  RFC 7706 não são abordados neste tutorial.

Implementação - CentOS

Requisitos para instalação do Hyperlocal:

  • Instalação básica CentOS Linux 7
  • 1vCPU
  • 1GB de RAM
  • 20GB de Disco

Baixe o ISO do Sistema Operacional no link http://isoredirect.centos.org/centos/7/isos/x86_64/

Sistema operacional instalado e atualizado, agora devemos instalar o Bind9 com o comando “yum install bind bind-utils”. A configuração para o funcionamento da zona raiz é bem simples como podemos ver abaixo. Os arquivos de configuração do Bind no Centos7 por padrão estão no arquivo /etc/named.conf. O servidor foi configurado com o IP 198.51.100.1 em sua interface. Exemplo abaixo de configuração da zona raiz: view root { # IP da interface onde chegarão às requisições

match-destinations { 198.51.100.1; };

           zone "." {

               type slave;

                   file "rootzone.db";

                   notify no;

                   masters {

                           192.228.79.201; # b.root-servers.net

                           192.33.4.12; # c.root-servers.net

                           192.5.5.241; # f.root-servers.net

                           192.0.47.132; # xfr.cjr.dns.icann.org

                           2001:500:84::b; # b.root-servers.net

                           2001:500:2f::f; # f.root-servers.net

                           2001:7fd::1; # k.root-servers.net

                           2620:0:2830:202::132; # xfr.cjr.dns.icann.org

                           2620:0:2d0:202::132; # xfr.lax.dns.icann.org

                   };

           };

};

Iniciando o serviço do Bind você pode conferir a criação da base com o comando: ls /var/named/rootzone.db” É possível melhorar de diversas formas esse exemplo de configuração do Bind, a configuração padrão do Bind com o adicional de views no exemplo seguinte já é bem funcional. options {

       listen-on port 53 { any; };

       listen-on-v6 port 53 { any; };

       directory       "/var/named";

       dump-file       "/var/named/data/cache_dump.db";

       statistics-file "/var/named/data/named_stats.txt";

       memstatistics-file "/var/named/data/named_mem_stats.txt";

       recursing-file  "/var/named/data/named.recursing";

       secroots-file   "/var/named/data/named.secroots";

       dnssec-enable yes;

       dnssec-validation yes;

       /* Path to ISC DLV key */

       bindkeys-file "/etc/named.iscdlv.key";

       managed-keys-directory "/var/named/dynamic";

       pid-file "/run/named/named.pid";

       session-keyfile "/run/named/session.key";

};

logging {

       channel default_debug {

               file "data/named.run";

               severity dynamic;

       };

};

acl "REDE" {

       127.0.0.0/8;

       192.168.0.0/16;

};

view root {

# é possível fazer match por origem ou destino conforme abaixo

       match-clients { 127.0.0.1; 172.16.1.1; 172.16.1.2; } ;

       #match-destinations { 192.168.0.1; };

       zone "." {

               type slave;

               file "rootzone.db";

               notify no;

               masters {

                       192.228.79.201; # b.root-servers.net

                       192.33.4.12; # c.root-servers.net

                       192.5.5.241; # f.root-servers.net

                       192.0.47.132; # xfr.cjr.dns.icann.org

                       2001:500:84::b; # b.root-servers.net

                       2001:500:2f::f; # f.root-servers.net

                       2001:7fd::1; # k.root-servers.net

                       2620:0:2830:202::132; # xfr.cjr.dns.icann.org

                       2620:0:2d0:202::132; # xfr.lax.dns.icann.org

               };

       };

};

view "externa" {

     match-clients { any; };

     recursion no;

};

view recursivos {

       dnssec-validation auto;

       allow-recursion { REDE; };

       recursion yes;

       zone "." {

               type static-stub;

               server-addresses { 198.51.100.1; };

       };

};

Com essa configuração é possível já sentir os benefícios do Hyperlocal em sua rede, no exemplo acima, os endereços 172.16.1.1 e 172.16.1.2 são servidores recursivos externos rodando Unbound, para completar a configuração complementar do Unbound pode ser a seguinte: stub-zone:        name: "."

       stub-prime: no

       stub-addr: 198.51.100.1

Conclusão

Em testes o desempenho é muito bom, algumas comparações a seguir consultando domínios inválidos para forçar o recursivo a procurar no root server:

// Teste 1 servidor público Google

dig @8.8.8.8 domaininvalid.com.br.xxxxxxx

;; Query time: 29 msec

// Teste 2 servidor publico Google

dig @8.8.8.8 domaininvalid.com.br.xxxxxxx

;; Query time: 27 msec

// Teste 1 no Unbound recursivo sem o Hyperlocal

dig @172.16.1.1 domaininvalid.com.br.xxxxxxx

;; Query time: 21 msec

// Teste 2 (cached) no Unbound recursivo sem o hyperlocal

dig @172.16.1.1 domaininvalid.com.br.xxxxxxx

;; Query time: 0 msec

// Teste 1 direto no Hyperlocal

dig @192.168.0.1 domaininvalid.com.br.xxxxxxx

;; Query time: 0 msec

// teste 2 (cached) direto no Hyperlocal

dig @192.168.0.1 domaininvalid.com.br.xxxxxxx

;; Query time: 0 msec

// Teste 1 no Unbound recursivo apontando para o Hyperlocal

dig @172.16.1.1 domaininvalid.com.br.xxxxxxx

;; Query time: 2 msec

// Teste 2 (cached) no Unbound recursivo apontando para o Hyperlocal

dig @172.16.1.1 domaininvalid.com.br.xxxxxxx

;; Query time: 0 msec

É portanto possível visualizar o melhor desempenho quando feitas consultas utilizando o Hyperlocal, sendo essa uma ótima implementação para manter no provedor.