CGNAT na pratica

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Revisão de 16h12min de 3 de julho de 2019 por Gondim (discussão | contribs)
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Objetivo

Com o esgotamento do IPv4 mundialmente, precisamos tomar algumas providências para que a Internet não pare. As que vejo de imediatas são: IPv6 e CGNAT (Carrier Grade NAT). O IPv6 é a real solução para os problemas de esgotamento e o CGNAT seria a "gambiarra" necessária para continuar com o IPv4 até que a Internet esteja 100% em IPv6. Nesse artigo será explicado como montar uma caixa CGNAT funcional para atender as necessidades básicas. O que será colocado abaixo, funciona muito bem aqui no nosso AS e nos permite avançar com o IPv6. No nosso exemplo as caixas PPPoE (B-RAS - Broadband Remote Access Server) não fazem NAT, pois o recurso de controlar estados de conexões e controles de NAT, consomem muito processamento e podem atrapalhar a performance da caixa PPPoE.

Diagrama de exemplo

Diagrama exemplo do CGNAT.png

No B-RAS é configurado um PBR (Policy Based Routing) onde apenas IPs do bloco 100.64.0.0/10 são roteados diretamente para a caixa CGNAT. Qualquer IPv4 público ou IPv6, são roteados diretamente para o Router/Firewall. Isso evita processamento e tráfego desnecessário na caixa de CGNAT. Através dessa manobra evitamos qualquer uso de stateful e NAT no B-RAS, aumentando a performance do mesmo. No diagrama ao lado a linha vermelha simboliza o tráfego do bloco 100.64.0.0/10 indo para o CGNAT. A linha amarela seria o tráfego já nateado e sendo roteado para o Router/Firewall. A linha verde é o tráfego mais limpo, sem "gambiarras" e o real objetivo que devemos seguir para uma Internet melhor.

O Router/Firewall é um equipamento onde podemos inserir algumas regras de Firewall stateless para filtrar alguns pacotes indesejados como alguns tipos de spoofing, alguns pacotes UDP de certas portas usadas para ataques de amplificação, etc. Nunca! Jamais faça uso de regras stateful nesse nível de Firewall, pois determinados ataques podem estourar suas tabelas de controle de estados de conexões e derrubar todo o tráfego.

O Router de Borda dispensa comentários não é mesmo? Vamos voltar para o conteúdo que realmente interessa.

O objetivo deste artigo é exemplificar algumas configurações básicas e deixar para o leitor criar suas próprias ferramentas para facilitar a criação das regras que na maioria das vezes são em grande quantidade e inviável de se fazer manualmente.

Algumas ferramentas de uso público serão comentadas e passadas as devidas referências.

Dados técnicos do equipamento usado no exemplo

  • Intel Dual Xeon E5-2630 v2 @ 3.1GHz.
  • 16Gb de RAM.
  • 2 interfaces Intel X520-SR2 (2 portas ópticas de 10GbE).
  • 1 SSD 120Gb.

Dados técnicos do Sistema usado

  • Debian 9 (stretch) 64 bits.
  • kernel 4.19 (backports do Debian).
  • Netfilter/IPTables.

Gráficos CGNAT em produção

Zabbix cgnat.png
Bmon.png
Htop.png

Descrição

Como todo bom sistema não basta apenas instalar os programas e por um passe de mágica tudo funcionar como deveria. Estamos falando aqui de um sistema que se mal configurado, a caixa apresentará problemas de performance e você não conseguirá alcançar seu objetivo que é montar uma caixa CGNAT BBB (Bom Bonito e Barato). Para isso você vai precisar instalar um sistema Debian 9 64 bits e remover todos os serviços desnecessários. Faça uma instalação bem clean, Mantenha o serviço sshd rodando para que possa acessar remotamente e continuar configurando o equipamento. Lembre-se: serviços desnecessários rodando, poderão ser uma vulnerabilidade no futuro. O sistema aqui em produção gerencia um tráfego de CGNAT, em horário de pico, de 6Gbps e com bastante folga de recursos. Abaixo continuaremos com as configurações do sistema.

CPU Affinity

Balancear o tráfego das interfaces de rede em seus devidos cores é importantíssimo para o melhor aproveitamento do hardware. Essa configuração é um pouco mais complexa quando estamos trabalhando com arquitetura NUMA. Usando NUMA é importante verificar se a motherboard possui gerência de slots por CPU. Dessa forma você pode colocar uma interface de 10GbE em um slot gerenciado pela CPU0 e uma outra interface de 10GbE em outro slot gerenciado pela CPU1. Isso você pode procurar no manual técnico da motherboard. Para checar qual CPU é responsável pela sua interface de rede, use o comando abaixo substituindo <interface> pela interface desejada. Obs.: se o valor retornado for -1 sua motherboard não é boa pra CPU affinity. Os valores retornados para um equipamento com 2 CPUs deveriam ser 0 ou 1. Onde 0 seria CPU0 e 1, CPU1.

# cat /sys/class/net/<interface>/device/numa_node

Para saber os cores relacionados à CPU podemos usar os seguintes comandos abaixo:

# cat /sys/devices/system/node/node0/cpulist

0-5

# cat /sys/devices/system/node/node1/cpulist

6-11

Um conjunto de ferramentas que costumo usar é o netutils-linux que pode ser encontrado aqui. Nele encontrará ferramentas para setar o cpu affinity, maximizar a frequência das CPUs e aumentar o buffer de rx das interfaces de rede.

Variáveis /proc

Vamos fazer alguns ajustes nas variáveis do /proc porque como o sistema vai utilizar o recurso de conntracks, precisamos mexer em alguns timeouts tcp/udp e outras variáveis. Isso faz parte do tuning para que o sistema fique mais leve e performático. Caso não façamos essas alterações, corremos o risco de estourar a tabela de conntracks e interromper os acessos.

echo 5 > /proc/sys/net/netfilter/nf_conntrack_tcp_timeout_syn_sent

echo 5 > /proc/sys/net/netfilter/nf_conntrack_tcp_timeout_syn_recv

echo 300 > /proc/sys/net/netfilter/nf_conntrack_tcp_timeout_established

echo 10 > /proc/sys/net/netfilter/nf_conntrack_tcp_timeout_fin_wait

echo 10 > /proc/sys/net/netfilter/nf_conntrack_tcp_timeout_close_wait

echo 10 > /proc/sys/net/netfilter/nf_conntrack_tcp_timeout_last_ack

echo 10 > /proc/sys/net/netfilter/nf_conntrack_tcp_timeout_time_wait

echo 10 > /proc/sys/net/netfilter/nf_conntrack_tcp_timeout_close

echo 3 > /proc/sys/net/netfilter/nf_conntrack_tcp_max_retrans

echo 300 > /proc/sys/net/netfilter/nf_conntrack_tcp_timeout_unacknowledged

echo 10 > /proc/sys/net/netfilter/nf_conntrack_udp_timeout

echo 180 > /proc/sys/net/netfilter/nf_conntrack_udp_timeout_stream

echo 10 > /proc/sys/net/netfilter/nf_conntrack_icmp_timeout

echo 600 > /proc/sys/net/netfilter/nf_conntrack_generic_timeout

Variáveis sysctl

Agora temos umas poucas variáveis de sysctl para justar em /etc/sysctl.conf:

net.core.default_qdisc=fq

net.ipv4.tcp_congestion_control=bbr

net.core.rmem_max = 2147483647

net.core.wmem_max = 2147483647

net.ipv4.tcp_rmem = 4096 87380 2147483647

net.ipv4.tcp_wmem = 4096 65536 2147483647

net.ipv4.conf.all.forwarding=1

net.ipv6.conf.all.forwarding=1

Ativando o BBR (TCP Congestion Control do Google)

O Google desenvolveu um TCP Congestion Control que já está no kernel da distro Debian e pode ser facilmente habilitado. A finalidade é ter um melhor controle do congestionamento dos fluxos de TCP. Seria um substituto para o CUBIC e New Reno. Nas variáveis sysctl acima especificamos o BBR mas precisamo carregar o módulo do kernel antes de usá-lo. Basta adicionarmos o tcp_bbr em /etc/modules que o mesmo será carregado após o boot do sistema. Também adicionei o dummy que não tem nenhum relacionamento com o BBR, mas que será usado para criarmos as interfaces virtuais com os IPs públicos que serão usados no NAT. Existe também a possibilidade de não precisar do dummy se for trabalhar sem os IPs públicos nas interfaces virtuais e usarmos blackholes para se proteger dos static-loops.

tcp_bbr

dummy

Arquivos de configuração do Sistema

Os arquivos de configurações do Sistema, são aqueles que usaremos para fazer algumas optimizações, levantar as interfaces de rede e carregar as regras de CGNAT propriamente ditas. Esses arquivos foram alterados para o nosso exemplo e são mais para dar uma ideia de como podem ser feitos. Cabe ao leitor decidir a melhor forma de implementar o que será colocado à seguir. O objetivo é fazer com que o sysadmin melhore e crie novas maneiras de se fazer o proposto nesse artigo.

/etc/network/interfaces

Interfaces.png

O /usr/local/bin/rx-buffers-increase é uma das ferramentas do netutils-linux, citado mais acima. A interface ens5f0 é a interface externa do CGNAT que fala com o Router/Firewall e a ens5f1, a interface interna do CGNAT que fala com o B-RAS.

/etc/rc.local

Rc local.png

As duas primeiras linhas desabilitam o TSO e LRO das interfaces. Segundo muitos docs que li é aconselhado para uma melhor performance em roteamento. O ganho não é absurdo mas ajuda. Em seguida é criado uma interface dummy0 com o IP público 192.0.0.0/32 que será usado para o CGNAT. Em casos reais são criados diversos IPs virtuais na dummy0 e nesse caso faz-se necessário criar um script para gerar em tempo de boot, todos os IPs que serão usados na caixa. Fica aqui como exercício de casa para se pensar. O rss-ladder é o programa que faz o cpu affinity citado acima. No exemplo acima estou setando todos os cores para as duas interfaces porque estou usando apenas uma Intel X520-SR2. O melhor seria uma interface recebendo o link externo entrante e trabalhando nos cores corretos, por exemplo, 0-5 e a outra interface X520-SR2 para o tráfego sainte nos cores 6-11. Mas lembre-se de checar quais cores estão gerenciando determinada interface de rede. Lembre-se da casadinha slot/cores. Primeiro você identifica por qual node a interface é gerenciada e depois quais cores pertencem à aquele node. Mostrei isso bem acima. O programa maximize-cpu-freq faz exatamente o que o nome sugere. Em seguida executo os scripts que criarão as regras de NAT. Mais à frente veremos ele. Fazemos as optimizações do /proc e criamos a rota de retorno do 100.64.0.0/27 de volta para o B-RAS (192.168.254.2).

Se não quiser trabalhar com os IPs públicos nas interfaces virtuais dummy, basta substituir a linha "/sbin/ip addr add 192.0.0.0/32 dev dummy0 &> /dev/null" por "/sbin/ip route add blackhole 192.0.0.0/32" ou se houverem mais IPs, por exemplo, "/sbin/ip route add blackhole 192.0.0.0/27".Isso é para proteção contra static-loops, já que não teremos mais os IPs públicos carregados, e deve ser feito para todos os prefixos usados na caixa CGNAT.

Scripts CGNAT

Nesse ponto vamos criar nossas regras de NAT e finalmente dar forma ao objetivo do nosso artigo. Primeiro vamos entender o seguinte: o Netfilter/IPTables trabalha com first match wins ou seja, o pacote quando encontra a regra que se satisfaz, da match e descarta o restante das regras. Em uma caixa CGNAT vão existir muitas mas muitas regras. A nossa aqui por exemplo tem mais de 20.000 regras de NAT. Agora imagina um pacote ter que passar por essas 20.000 regras e só dar match lá no final. Isso vai causar um bom uso de processamento desnecessário e não queremos isso. Então para resolver esse problema usamos regras com chains específicas, assim reduzimos o processamento pois o pacote vai seguir as chains reduzidas e encontrar seu match rapidamente. Isso ficará mais claro com o exemplo mais à frente mas sugiro estudar Netfilter/IPTables para uma base melhor de entendimento.

Vamos criar um ambiente pro nosso artigo: crie um diretório /root/cgnat que é onde ficarão todos os scripts que usaremos abaixo:

frw.sh

Frw.png

Não vamos entrar em detalhes sobre as regras em si porque isso já sairia muito do artigo. Mas reparem que são criados duas chains CGNATOUT e CGNATIN e todo tráfego que sair pela interface ens5f0 será direcionados para a CGNATOUT e o que entrar irá para a CGNATIN. Abaixo são criadas outras chains para confinar o bloco 100.64.0.0/27 e cada bloco deve ter sua chain de confinamento. Dentro dessa chain fazemos o CGNAT determinístico como pode ser visto abaixo:

Abaixo as regras do cgnat-bras1.conf

/sbin/iptables -t nat -N CGNATOUT_0

/sbin/iptables -t nat -N CGNATIN_0

/sbin/iptables -t nat -F CGNATOUT_0

/sbin/iptables -t nat -F CGNATIN_0

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.0 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:1-2048

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.0 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:1-2048

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 1:2048 -j DNAT --to 100.64.0.0

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 1:2048 -j DNAT --to 100.64.0.0

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.1 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:2049-4096

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.1 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:2049-4096

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 2049:4096 -j DNAT --to 100.64.0.1

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 2049:4096 -j DNAT --to 100.64.0.1

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.2 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:4097-6144

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.2 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:4097-6144

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 4097:6144 -j DNAT --to 100.64.0.2

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 4097:6144 -j DNAT --to 100.64.0.2

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.3 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:6145-8192

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.3 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:6145-8192

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 6145:8192 -j DNAT --to 100.64.0.3

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 6145:8192 -j DNAT --to 100.64.0.3

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.4 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:8193-10240

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.4 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:8193-10240

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 8193:10240 -j DNAT --to 100.64.0.4

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 8193:10240 -j DNAT --to 100.64.0.4

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.5 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:10241-12288

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.5 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:10241-12288

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 10241:12288 -j DNAT --to 100.64.0.5

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 10241:12288 -j DNAT --to 100.64.0.5

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.6 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:12289-14336

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.6 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:12289-14336

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 12289:14336 -j DNAT --to 100.64.0.6

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 12289:14336 -j DNAT --to 100.64.0.6

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.7 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:14337-16384

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.7 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:14337-16384

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 14337:16384 -j DNAT --to 100.64.0.7

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 14337:16384 -j DNAT --to 100.64.0.7

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.8 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:16385-18432

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.8 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:16385-18432

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 16385:18432 -j DNAT --to 100.64.0.8

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 16385:18432 -j DNAT --to 100.64.0.8

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.9 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:18433-20480

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.9 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:18433-20480

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 18433:20480 -j DNAT --to 100.64.0.9

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 18433:20480 -j DNAT --to 100.64.0.9

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.10 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:20481-22528

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.10 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:20481-22528

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 20481:22528 -j DNAT --to 100.64.0.10

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 20481:22528 -j DNAT --to 100.64.0.10

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.11 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:22529-24576

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.11 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:22529-24576

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 22529:24576 -j DNAT --to 100.64.0.11

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 22529:24576 -j DNAT --to 100.64.0.11

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.12 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:24577-26624

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.12 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:24577-26624

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 24577:26624 -j DNAT --to 100.64.0.12

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 24577:26624 -j DNAT --to 100.64.0.12

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.13 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:26625-28672

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.13 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:26625-28672

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 26625:28672 -j DNAT --to 100.64.0.13

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 26625:28672 -j DNAT --to 100.64.0.13

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.14 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:28673-30720

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.14 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:28673-30720

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 28673:30720 -j DNAT --to 100.64.0.14

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 28673:30720 -j DNAT --to 100.64.0.14

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.15 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:30721-32768

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.15 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:30721-32768

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 30721:32768 -j DNAT --to 100.64.0.15

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 30721:32768 -j DNAT --to 100.64.0.15

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.16 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:32769-34816

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.16 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:32769-34816

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 32769:34816 -j DNAT --to 100.64.0.16

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 32769:34816 -j DNAT --to 100.64.0.16

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.17 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:34817-36864

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.17 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:34817-36864

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 34817:36864 -j DNAT --to 100.64.0.17

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 34817:36864 -j DNAT --to 100.64.0.17

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.18 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:36865-38912

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.18 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:36865-38912

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 36865:38912 -j DNAT --to 100.64.0.18

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 36865:38912 -j DNAT --to 100.64.0.18

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.19 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:38913-40960

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.19 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:38913-40960

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 38913:40960 -j DNAT --to 100.64.0.19

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 38913:40960 -j DNAT --to 100.64.0.19

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.20 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:40961-43008

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.20 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:40961-43008

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 40961:43008 -j DNAT --to 100.64.0.20

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 40961:43008 -j DNAT --to 100.64.0.20

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.21 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:43009-45056

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.21 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:43009-45056

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 43009:45056 -j DNAT --to 100.64.0.21

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 43009:45056 -j DNAT --to 100.64.0.21

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.22 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:45057-47104

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.22 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:45057-47104

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 45057:47104 -j DNAT --to 100.64.0.22

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 45057:47104 -j DNAT --to 100.64.0.22

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.23 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:47105-49152

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.23 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:47105-49152

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 47105:49152 -j DNAT --to 100.64.0.23

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 47105:49152 -j DNAT --to 100.64.0.23

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.24 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:49153-51200

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.24 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:49153-51200

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 49153:51200 -j DNAT --to 100.64.0.24

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 49153:51200 -j DNAT --to 100.64.0.24

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.25 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:51201-53248

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.25 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:51201-53248

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 51201:53248 -j DNAT --to 100.64.0.25

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 51201:53248 -j DNAT --to 100.64.0.25

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.26 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:53249-55296

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.26 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:53249-55296

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 53249:55296 -j DNAT --to 100.64.0.26

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 53249:55296 -j DNAT --to 100.64.0.26

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.27 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:55297-57344

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.27 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:55297-57344

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 55297:57344 -j DNAT --to 100.64.0.27

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 55297:57344 -j DNAT --to 100.64.0.27

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.28 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:57345-59392

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.28 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:57345-59392

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 57345:59392 -j DNAT --to 100.64.0.28

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 57345:59392 -j DNAT --to 100.64.0.28

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.29 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:59393-61440

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.29 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:59393-61440

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 59393:61440 -j DNAT --to 100.64.0.29

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 59393:61440 -j DNAT --to 100.64.0.29

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.30 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:61441-63488

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.30 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:61441-63488

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 61441:63488 -j DNAT --to 100.64.0.30

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 61441:63488 -j DNAT --to 100.64.0.30

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.31 -p tcp -j SNAT --to 192.0.0.0:63489-65535

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -s 100.64.0.31 -p udp -j SNAT --to 192.0.0.0:63489-65535

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p tcp --dport 63489:65535 -j DNAT --to 100.64.0.31

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN_0 -d 192.0.0.0 -p udp --dport 63489:65535 -j DNAT --to 100.64.0.31

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT_0 -j SNAT --to 192.0.0.0

/sbin/iptables -t nat -A CGNATOUT -s 100.64.0.0/27 -j CGNATOUT_0

/sbin/iptables -t nat -A CGNATIN -d 192.0.0.0/32 -j CGNATIN_0

Essas duas regras em negrito acima, fazem o redirecionamento do tráfego para a chain correta, dessa forma evita que um pacote percorra todas as regras buscando um match. Essa é mágica que deixa o sistema bem leve.

Bem espero que esse artigo seja útil e ajude ao máximo. O objetivo era mostrar, dar uma ideia e agora fica com vocês a tarefa de desenvolver o script que vai facilitar a criação de todas as regras. Porque o que foi mostrado é apenas um /27 saindo com um IP público e todos sabemos que no mundo real isso é um grão de areia. Fica o restante como dever de casa mas posso dizer que esse ambiente existe e funciona muito bem pro nosso AS.

Qualquer dúvida sobre o artigo só me procurar:

Autor: Marcelo Gondim