Mudanças entre as edições de "Boas práticas de segurança para roteadores Mikrotik"
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Os roteadores na área cinza são os equipamentos onde o uRPF não deve ser aplicado no modo strict, exceto após confirmar que existe simetria em todo o tráfego passante. | Os roteadores na área cinza são os equipamentos onde o uRPF não deve ser aplicado no modo strict, exceto após confirmar que existe simetria em todo o tráfego passante. |
Edição das 21h46min de 11 de janeiro de 2019
Descrição
Esta página objetiva explicar algumas medidas básicas de segurança que se aplicam à maioria dos Mikrotiks usados em Provedores de Internet.
Advertência: As regras aqui expostas devem ser cautelosamente lidas e entendidas, e se necessário modificadas, antes de serem aplicadas em sua rede.
ACLs
As listas de controle de acesso aos serviços do Mikrotik (Winbox, Telnet, SSH, web etc) podem ser encontradas no menu IP > Services.
Recomendamos fortemente que:
- O acesso à cada um dos serviços seja restrito apenas às suas redes confiáveis;
- Os serviços não utilizados sejam desabilitados.
Para um equipamento que é acessado apenas pelo navegador e pelo Winbox a partir da rede 10.1.2.0/24, o que consideramos aqui como confiável, a configuração correta seria:
/ip service set telnet disabled=yes set ftp disabled=yes set www address=10.1.2.0/24 set ssh disabled=yes set api disabled=yes set winbox address=10.1.2.0/24 set api-ssl disabled=yes
Observações:
- A não aplicação de restrições de acesso aos Mikrotiks pelas ACLs acima mencionadas traz grande risco de infecções e invasões ao seu roteador, que poderá ser usado para realizar ataques que trarão impactos negativos para sua rede, de seu provedor de trânsito e a internet como um todo.
- Alterar a porta dos serviços não deve ser a única medida de segurança a se adotar. Caso altere, obrigatoriamente faça também as restrições de ACL mencionadas acima.
Credenciais de acesso
Sob nenhuma circunstância um equipamento deve permanecer com o login e senha padrão. O login e senha do equipamento deve ser alterado antes mesmo de o equipamento ser conectado em sua rede. Portanto:
- Evite usar o login admin. Se possível, use um sistema de Radius para autenticação no roteador ou use um usuário diferente para cada técnico que acessará ao equipamento.
- Sempre use senhas que atendam aos requisitos abaixo:
- Oito ou mais caracteres;
- Possua uma letra maiúscula;
- Possua uma letra minúscula;
- Possua um número;
- Possua um caractere especial;
Exemplo de senhas seguras:
T7J)Q:OI a>:O9Ft6 3ibmMc&1
Exemplos de senhas inseguras:
net2018 admin123 Fulanonet
Recomendamos um sistema que gere senhas aleatórias, como o https://www.4devs.com.br/gerador_de_senha.
Lembre-se: O objetivo não é que você decore sua senha. Esta é a principal camada de autenticação em sua rede. Um acesso indevido poderá trazer prejuízos financeiros e técnicos para sua rede, de seu provedor de trânsito e para a internet como um todo.
Filtros anti spoofing
Reverse Path Filter (RPF)
O Reverse Path Filter é recurso eficiente no controle de IP spoofing e está disponível no RouterOS a partir da versão 6.
/ip settings set rp-filter=(strict | loose | no)
strict: valida na FIB a interface de origem
loose: valida na FIB em qualquer interface
no: recurso desativado
Equipamentos que possuam caminhos simétricos para as redes externas devem ter filtros anti spoofing. Por via de regra, caso seu concentrador de clientes possua uma única interface de entrada/saída para a internet e não seja também o equipamento onde chegam seus links de Internet, você deve aplicar filtro anti spoofing no modo strict.
/ip settings set rp-filter=strict (NÃO UTILIZE EM EQUIPAMENTO ONDE TENHA BGP)
Vide diagrama abaixo:
Na área verde do diagrama acima são os roteadores que obrigatoriamente devem ter o uRPF habilitado no modo Strict.
Os roteadores na área cinza são os equipamentos onde o uRPF não deve ser aplicado no modo strict, exceto após confirmar que existe simetria em todo o tráfego passante.
Advertência: Antes de ativá-lo definitivamente na rede, aplique-o utilizando o Safe Mode num horário ameno e faça testes. Aplique o RP Filter definitivamente só após homologar o funcionamento deste recurso em sua rede.
Firewall para clientes banda larga
Algumas portas jamais devem ser usadas no forward de pacotes pelos clientes de seu provedor. São elas:
- 19 - TCP/UDP - Chargen: Protocolo de geração de caracteres usado geralmente para amplificação/reflexão de ataques.
- 25 - TCP/UDP - SMTP: Antiga porta usada para o protocolo SMTP. Seu uso foi totalmente abolido e hoje só é utilizada para fins maliciosos.
- 1900 - TCP/UDP - SSDP: Protocolo de auto descoberta de hosts, que deve ser utilizado apenas em redes locais, como residências e empresas, jamais na Internet.
- 11211 - TCP/UDP - Memcached: Sistema de cache geralmente usado para otimização de performance em sites. Por ser usado para abuso de hosts vulneráveis, deve ser bloqueado em clientes residenciais.
Para bloquear o tráfego destes protocolos em sua rede de clientes, cole as regras abaixo em seus concentradores de clientes:
/ip firewall raw add action=drop chain=prerouting protocol=udp src-port=19,25,1900,11211 add action=drop chain=prerouting protocol=tcp src-port=19,25,1900,11211 add action=drop chain=prerouting dst-port=19,25,1900,11211 protocol=udp add action=drop chain=prerouting dst-port=19,25,1900,11211 protocol=tcp
/ipv6 firewall raw add action=drop chain=prerouting protocol=udp src-port=19,25,1900,11211 add action=drop chain=prerouting protocol=tcp src-port=19,25,1900,11211 add action=drop chain=prerouting dst-port=19,25,1900,11211 protocol=udp add action=drop chain=prerouting dst-port=19,25,1900,11211 protocol=tcp
Advertência: As regras aqui expostas devem ser cautelosamente lidas e entendidas, e se necessário modificadas, antes de serem aplicadas em sua rede.
Atualizações
Duas boas práticas são, consecutivamente, manter sempre seu roteador atualizado e ler as change logs antes de atualizá-lo.
Caso não leia os change logs, ao menos mantenha sempre seu roteador atualizado para a última versão sugerida pelo fabricante, disponível neste link.
Existem sempre três opções de versões mais recentes:
- Long-term: a versão mais recente com os bugs anteriores corrigidos.
- Stable: a versão mais recente, com possibilidade de novos bugs ainda não corrigidos.
- Testing: versão beta, ainda em testes. Não use esta versão no ambiente de produção de sua rede.