Mudanças entre as edições de "DNS Recursivo Anycast Hyperlocal"

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  Total number of prefixes 1
 
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Podemos observar que nossos IPs já estão sendo anunciados para o router e vocês devem checar se estão sendo recebidos pelo router. Não estamos entrando em detalhes na parte do router pois este pode ser de qualquer fabricante como por exemplo: Cisco, Huawei, Juniper, Mikrotik, outro FRR, etc.
 
Podemos observar que nossos IPs já estão sendo anunciados para o router e vocês devem checar se estão sendo recebidos pelo router. Não estamos entrando em detalhes na parte do router pois este pode ser de qualquer fabricante como por exemplo: Cisco, Huawei, Juniper, Mikrotik, outro FRR, etc.
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=== Configurando o Unbound ===
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Não entraremos em detalhes sobre cada parâmetro da configuração do Unbound, porque isso fugiria bastante do objetivo deste artigo. Ao invés disso, criaremos o arquivo '''/etc/unbound/unbound.conf.d/local.conf''' e dentro dele teremos o seguinte:
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server:
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        verbosity: 1
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        statistics-interval: 0
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        statistics-cumulative: no
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        extended-statistics: yes
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        num-threads: 4
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        interface: 127.0.0.1
 +
        interface: 10.10.10.10
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        interface: fc00::10:10:10:10
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        interface: ::1
 +
        interface-automatic: no
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        outgoing-interface: 192.0.2.2
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        outgoing-interface: 2001:db8::192:0:2:2
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        outgoing-range: 8192
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        outgoing-num-tcp: 20
 +
        incoming-num-tcp: 20
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        so-rcvbuf: 4m
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        so-sndbuf: 4m
 +
        edns-buffer-size: 1232
 +
        msg-cache-size: 100m
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        msg-cache-slabs: 4
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        num-queries-per-thread: 8192
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        rrset-cache-size: 200m
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        rrset-cache-slabs: 4
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        infra-cache-slabs: 4
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        do-ip4: yes
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        do-ip6: yes
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        do-udp: yes
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        do-tcp: yes
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        access-control: 203.0.113.0/24 allow
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        access-control: 2001:db8:1111:/48 allow
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        chroot: ""
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        username: "unbound"
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        directory: "/etc/unbound"
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        logfile: "/var/log/unbound/unbound.log"
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        use-syslog: no
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        log-time-ascii: yes
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        log-queries: no
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        pidfile: "/var/run/unbound.pid"
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        root-hints: "/etc/unbound/named.cache"
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        hide-identity: yes
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        hide-version: yes
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        unwanted-reply-threshold: 10000000
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        prefetch: yes
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        prefetch-key: yes
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        rrset-roundrobin: yes
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        minimal-responses: yes
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        val-clean-additional: yes
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        val-log-level: 1
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        key-cache-slabs: 4
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python:
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remote-control:
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        control-enable: yes
 +
        server-key-file: "/etc/unbound/unbound_server.key"
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        server-cert-file: "/etc/unbound/unbound_server.pem"
 +
        control-key-file: "/etc/unbound/unbound_control.key"
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        control-cert-file: "/etc/unbound/unbound_control.pem"
 +
 +
auth-zone:
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    name: "."
 +
    master: "a.root-servers.net"
 +
    master: "b.root-servers.net"
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    master: "c.root-servers.net"
 +
    master: "d.root-servers.net"
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    master: "e.root-servers.net"
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    master: "f.root-servers.net"
 +
    master: "g.root-servers.net"
 +
    master: "h.root-servers.net"
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    master: "i.root-servers.net"
 +
    master: "j.root-servers.net"
 +
    master: "k.root-servers.net"
 +
    master: "l.root-servers.net"
 +
    master: "m.root-servers.net"
 +
    fallback-enabled: yes
 +
    for-downstream: no
 +
    for-upstream: yes
 +
    zonefile: "/var/lib/unbound/root.zone"
 +
Os parâmetros relevantes acima são:
 +
Como nosso servidor possui 4 cores, colocamos 4 em num-threads também:
 +
        num-threads: 4
 +
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O interface indica quais IPs ficarão escutando o serviço na porta 53/udp/tcp para ser consultado pelo servidor e assinantes:
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        interface: 127.0.0.1
 +
        interface: 10.10.10.10
 +
        interface: fc00::10:10:10:10
 +
        interface: ::1
 +
 +
O outgoing-interface indica por quais IPs serão feitas as consultas de DNS para o mundo:
 +
        outgoing-interface: 192.0.2.2
 +
        outgoing-interface: 2001:db8::192:0:2:2
 +
 +
Habilita consultas IPv4 e IPv6, udp e tcp:
 +
        do-ip4: yes
 +
        do-ip6: yes
 +
        do-udp: yes
 +
        do-tcp: yes
 +
 +
Libera a consulta DNS para origem desses prefixos:
 +
        access-control: 203.0.113.0/24 allow
 +
        access-control: 2001:db8:1111:/48 allow
 +
 +
Esse trecho abaixo é referente à configuração do Hyperlocal:
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 +
auth-zone:
 +
    name: "."
 +
    master: "a.root-servers.net"
 +
    master: "b.root-servers.net"
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    master: "c.root-servers.net"
 +
    master: "d.root-servers.net"
 +
    master: "e.root-servers.net"
 +
    master: "f.root-servers.net"
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    master: "g.root-servers.net"
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    master: "h.root-servers.net"
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    master: "i.root-servers.net"
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    master: "j.root-servers.net"
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    master: "k.root-servers.net"
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    master: "l.root-servers.net"
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    master: "m.root-servers.net"
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    fallback-enabled: yes
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    for-downstream: no
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    for-upstream: yes
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    zonefile: "/var/lib/unbound/root.zone"
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Após a configuração do Unbound basta reiniciar o serviço unbound e verificar se o arquivo '''/var/lib/unbound/root.zone''' foi criado com o conteúdo dos Root Servers.
 
[[Categoria:Infraestrutura]]
 
[[Categoria:Infraestrutura]]
 
__FORCARTDC__
 
__FORCARTDC__

Edição das 02h22min de 30 de junho de 2021

Descrição

Um dos recursos extremamente importante para o acesso à Internet é o DNS (Domain Name System) e sem ele teríamos que decorar milhares de endereços IP para acessar sites e serviços na Internet. Basicamente temos 2 tipos de DNS, o recursivo e o autoritativo. O recursivo é um serviço que utilizamos para fazer consultas aos DNS(es) Autoritativos que são aqueles responsáveis pelas tabelas que associam o host name a um IP e no caso de resolução reversa, o IP ao host name. O exemplo mais comum de DNS reverso é o do Google, os IPs 8.8.8.8, 8.8.4.4, 2001:4860:4860::8888 e 2001:4860:4860::8844. Se você está estranhando os 2 últimos endereços, é porque provavelmente ainda não ouviu falar de IPv6 e isso não é bom. Procure estudar sobre isso e um bom lugar para começar é aqui. O serviço de DNS deve ser levado muito a sério pelas empresas que o implementam, porque a sua falha pode literalmente parar a Internet para milhares de pessoas que confiam nele ou até pior, um DNS mal intencionado ou comprometido, pode ser usado para direcionar usuários a acessarem sites falsos. Esse artifício visa coletar as credenciais dos usuários e assim poderem aplicar golpes e outras formas danosas e prejudiciais à vítima. Ter um DNS recursivo é muito bom para o ISP, mas cuidar dele, mantê-lo atualizado e protegido, é mais importante ainda.

Nesse artigo mostrarei a configuração de um DNS recursivo anycast, diferente dos DNS recursivos unicast comumente encontrados pelos ISPs a fora. No modelo Unicast, normalmente se tem um ou mais servidores de DNS que são consultados e estão fisicamente em um local. O problema é que essa abordagem não poderia ter por exemplo, 5 servidores, e utilizar todos configurados ao mesmo tempo nos sistemas, porque muitos sistemas só aceitam até 3 servidores recursivos em suas configurações e mais que isso são ignorados. Você poderia então utilizar apenas 2 servidores, isso resolveria o problema mas eles precisariam estar em um determinado local. Mas e se lá na frente você resolver abrir seu negócio em uma outra cidade e em outro estado? Nesse caso poderia continuar usando os mesmos servidores mas aumentando um pouco a latência. Mas se acontecesse algo na interconexão desses servidores? Com o uso do DNS Anycast você poderia ter um servidor DNS recursivo em cada cidade e respondendo pelo mesmo IP. Em caso de problemas com qualquer servidor, o outro passaria a responder para todos os seus assinantes. Seria muito bom ter um cara como o "8.8.8.8" do Google, não é mesmo? Além desse recurso, usaremos o Hyperlocal que é uma técnica que faz uma cópia das tabelas dos DNS Root Servers e mantém localmente no seu servidor recursivo. Isso deixa rápida toda resposta que seria endereçada primeiramente aos DNS(es) Raiz da Internet, principalmente consultas de domínios inválidos ou digitados erradamente.

Diagrama

Para que possamos visualizar nossa configuração, abaixo temos um diagrama hipotético dos nossos servidores e da rede em si:

Diagrama DNS Anycast2.png

Explicando o cenário: cada servidor DNS fechará uma sessão iBGP com o seu router através dos endereços /30 IPv4 e /64 IPv6 (usando IPs de documentação RFC3849 e RFC5737 representando seus IPs públicos). Nessa sessão BGP serão anunciados os IPs privados RFC1918 e RFC4193 configurados nas loopbacks que serão: 10.10.10.10 e fc00::10:10:10:10. Divulgando esses IPs privados para os assinantes, você esconde o real IP público dos servidores, evitando que alguém de fora envie ataques para seus servidores DNS.

Servidores utilizados

  • VM com 4 cores (Intel(R) Xeon(R) Silver 4214R CPU @ 2.40GHz).
  • 4Gb memória.
  • 20Gb disco.

Softwares utilizados

Para instalação e configuração dos Servidores DNS Recursivos utilizaremos Software Livre, o que nos permite uma economia em licenças de sistemas fechados e proprietários. Abaixo a descrição deles:

  • Debian Linux Buster (10.x).
  • FRRouting 7.5.1.
  • Unbound 1.9.0 (pacote da distribuição Debian). Obs.: essa versão do Unbound já possui suporte ao Hyperlocal nativo.
  • IRQBalance (pacote do Debian).
  • OpenNTPd (também pacote do Debian).
  • Shell script em bash, para checar se o DNS está OK e se não tiver retirar ele do anúncio.

Gráfico de utilização desse sistema em produção

Dns Anycast Grafico.png

Instalação e configuração do Servidor 1

Instale um sistema Debian 10 com o mínimo necessário, uma versão que costumo utilizar bastante é a que vem com firmwares e pode ser encontrado aqui. Atualmente está na versão 10.10, mas caso lancem uma versão mais recente, basta alterar o link. Não cobriremos a instalação do Debian, pois existem diversos vídeos no Youtube ensinando como proceder. Após a instalação faremos os ajustes na configuração para que possa então acomodar nosso serviço de DNS.

Instalação dos pacotes

FRR

Vamos configurar o repositório oficial do FRR e instalar os pacotes. O FRR é um fork do Quagga e será o responsável pela sessão BGP entre o servidor DNS e o router:

# echo "deb https://deb.frrouting.org/frr buster frr-stable" > /etc/apt/sources.list.d/frr.list
# curl -s https://deb.frrouting.org/frr/keys.asc | apt-key add -
# apt update
# apt install frr frr-doc frr-pythontools

Unbound

O Unbound é exatamente o serviço de DNS recursivo que vamos utilizar nesse artigo. Por que o Unbound? Porque ele só faz recursividade, que é o que desejamos e faz isso com uma excelente performance e segurança. Ele é desenvolvido pela NLNet Labsmesma empresa que desenvolve o Krill e Routinator, utilizados na implantação do RPKI e o NSD (servidor DNS autoritativo) e todos sempre pensando em segurança.

# apt install unbound

IRQBalance

O IRQBalance é um programa bem conhecido por distribuir o processamento entre os cores do servidor.

# apt install irqbalance
# systemctl enable irqbalance

OpenNTPd

Para manter o sistema sempre com o horário correto, usaremos o OpenNTPd configurado para usar o Pool do Nic.BR.

# apt install openntpd

Deixe o arquivo /etc/openntpd/ntpd.conf conforme abaixo e reinicie o serviço openntpd:

# $OpenBSD: ntpd.conf,v 1.14 2015/07/15 20:28:37 ajacoutot Exp $
# sample ntpd configuration file, see ntpd.conf(5)

# Addresses to listen on (ntpd does not listen by default)
#listen on *
#listen on 127.0.0.1
#listen on ::1

# sync to a single server
#server ntp.example.org
servers pool.ntp.br

# use a random selection of NTP Pool Time Servers
# see http://support.ntp.org/bin/view/Servers/NTPPoolServers
#servers pool.ntp.org

# Choose servers announced from Debian NTP Pool
#servers 0.debian.pool.ntp.org
#servers 1.debian.pool.ntp.org
#servers 2.debian.pool.ntp.org
#servers 3.debian.pool.ntp.org

# use a specific local timedelta sensor (radio clock, etc)
#sensor nmea0

# use all detected timedelta sensors
#sensor *

Configurando a rede

/etc/network/interfaces:

# This file describes the network interfaces available on your system
# and how to activate them. For more information, see interfaces(5).

source /etc/network/interfaces.d/*

# The loopback network interface
auto lo
iface lo inet loopback

auto lo:0
iface lo:0 inet static
      address 10.10.10.10/32

iface lo:0 inet6 static
      address fc00::10:10:10:10
      netmask 128

# The primary network interface
auto ens160
iface ens160 inet static
        address 192.0.2.2/30
        gateway 192.0.2.1

iface ens160 inet6 static
        address 2001:db8::192:0:2:2
        netmask 64
        gateway 2001:db8::192:0:2:1

Configurando o FRR e a sessão BGP com o router

Em /etc/frr/daemons modifique o valor bgpd=no para bgpd=yes, dessa forma habilitaremos o BGP no FRR. Feito isso precisaremos reiniciar o serviço frr:

# systemctl restart frr.service

Nosso arquivo /etc/frr/frr.conf ficará assim:

frr version 7.5
frr defaults traditional
hostname unbound2
log syslog informational
no ip forwarding
no ipv6 forwarding
service integrated-vtysh-config
!
router bgp 65000
 bgp router-id 192.0.2.2
 no bgp ebgp-requires-policy
 no bgp network import-check
 neighbor 192.0.2.1 remote-as 65000
 neighbor 2001:db8::192:0:2:1 remote-as 65000
 !
 address-family ipv4 unicast
  network 10.10.10.10/32
  neighbor 192.0.2.1 prefix-list BLOQUEIA-TUDO in
  neighbor 192.0.2.1 prefix-list RECURSIVO out
 exit-address-family
 !
 address-family ipv6 unicast
  network fc00::10:10:10:10/128
  neighbor 2001:db8::192:0:2:1 activate
  neighbor 2001:db8::192:0:2:1 prefix-list BLOQUEIA-TUDO_V6 in
  neighbor 2001:db8::192:0:2:1 prefix-list RECURSIVO_V6 out
 exit-address-family
!
ip prefix-list BLOQUEIA-TUDO seq 5 deny any
ip prefix-list RECURSIVO seq 5 permit 10.10.10.10/32
!
ipv6 prefix-list BLOQUEIA-TUDO_V6 seq 5 deny any
ipv6 prefix-list RECURSIVO_V6 seq 5 permit fc00::10:10:10:10/128
!
line vty
!

Após configurar a sessão BGP no lado do router, verifique se as sessões foram estabelecidas IPv4 e IPv6. No nosso servidor podemos checar assim:

# vtysh -c 'show bgp summary'

Deve exibir algo parecido assim:

IPv4 Unicast Summary:
BGP router identifier 192.0.2.2, local AS number 65000 vrf-id 0
BGP table version 1
RIB entries 1, using 192 bytes of memory
Peers 2, using 43 KiB of memory

Neighbor         V         AS   MsgRcvd   MsgSent   TblVer  InQ OutQ  Up/Down State/PfxRcd   PfxSnt
192.0.2.1       4      65000    427529    407165        0    0    0 20w1d08h            0        1
2001:db8::192:0:2:1 4      65000    427517    407160        0    0    0 20w1d08h NoNeg

Total number of neighbors 2

IPv6 Unicast Summary:
BGP router identifier 192.0.2.2, local AS number 65000 vrf-id 0
BGP table version 1
RIB entries 1, using 192 bytes of memory
Peers 1, using 21 KiB of memory

Neighbor         V         AS   MsgRcvd   MsgSent   TblVer  InQ OutQ  Up/Down State/PfxRcd   PfxSnt
2001:db8::192:0:2:1 4      65000    427517    407160        0    0    0 20w1d08h            0        1

Total number of neighbors 1

Podemos observar que não estamos recebendo nenhum prefixo do router e estamos apenas anunciando 1 prefixo IPv4 e 1 IPv6. Vejamos quais são:

# vtysh -c 'show ip bgp neighbors 192.0.2.1 advertised-routes'
BGP table version is 1, local router ID is 192.0.2.2, vrf id 0
Default local pref 100, local AS 65000
Status codes:  s suppressed, d damped, h history, * valid, > best, = multipath,
               i internal, r RIB-failure, S Stale, R Removed
Nexthop codes: @NNN nexthop's vrf id, < announce-nh-self
Origin codes:  i - IGP, e - EGP, ? - incomplete

   Network          Next Hop            Metric LocPrf Weight Path
*> 10.10.10.10/32   0.0.0.0                  0    100  32768 i

Total number of prefixes 1
# vtysh -c 'show ip bgp ipv6 neighbors 2001:db8::192:0:2:1 advertised-routes'
BGP table version is 1, local router ID is 192.0.2.2, vrf id 0
Default local pref 100, local AS 65000
Status codes:  s suppressed, d damped, h history, * valid, > best, = multipath,
               i internal, r RIB-failure, S Stale, R Removed
Nexthop codes: @NNN nexthop's vrf id, < announce-nh-self
Origin codes:  i - IGP, e - EGP, ? - incomplete

   Network          Next Hop            Metric LocPrf Weight Path
*> fc00::10:10:10:10/128
                    ::                       0    100  32768 i

Total number of prefixes 1

Podemos observar que nossos IPs já estão sendo anunciados para o router e vocês devem checar se estão sendo recebidos pelo router. Não estamos entrando em detalhes na parte do router pois este pode ser de qualquer fabricante como por exemplo: Cisco, Huawei, Juniper, Mikrotik, outro FRR, etc.

Configurando o Unbound

Não entraremos em detalhes sobre cada parâmetro da configuração do Unbound, porque isso fugiria bastante do objetivo deste artigo. Ao invés disso, criaremos o arquivo /etc/unbound/unbound.conf.d/local.conf e dentro dele teremos o seguinte:

server:
        verbosity: 1
        statistics-interval: 0
        statistics-cumulative: no
        extended-statistics: yes
        num-threads: 4
        interface: 127.0.0.1
        interface: 10.10.10.10
        interface: fc00::10:10:10:10
        interface: ::1 
        interface-automatic: no
        outgoing-interface: 192.0.2.2
        outgoing-interface: 2001:db8::192:0:2:2
        outgoing-range: 8192
        outgoing-num-tcp: 20
        incoming-num-tcp: 20
        so-rcvbuf: 4m
        so-sndbuf: 4m
        edns-buffer-size: 1232
        msg-cache-size: 100m
        msg-cache-slabs: 4
        num-queries-per-thread: 8192
        rrset-cache-size: 200m
        rrset-cache-slabs: 4
        infra-cache-slabs: 4
        do-ip4: yes
        do-ip6: yes
        do-udp: yes
        do-tcp: yes
        access-control: 203.0.113.0/24 allow
        access-control: 2001:db8:1111:/48 allow
        chroot: ""
        username: "unbound"
        directory: "/etc/unbound"
        logfile: "/var/log/unbound/unbound.log"
        use-syslog: no
        log-time-ascii: yes
        log-queries: no
        pidfile: "/var/run/unbound.pid"
        root-hints: "/etc/unbound/named.cache"
        hide-identity: yes
        hide-version: yes
        unwanted-reply-threshold: 10000000
        prefetch: yes
        prefetch-key: yes
        rrset-roundrobin: yes
        minimal-responses: yes
        val-clean-additional: yes
        val-log-level: 1
        key-cache-slabs: 4

python:

remote-control:
        control-enable: yes
        server-key-file: "/etc/unbound/unbound_server.key"
        server-cert-file: "/etc/unbound/unbound_server.pem"
        control-key-file: "/etc/unbound/unbound_control.key"
        control-cert-file: "/etc/unbound/unbound_control.pem"

auth-zone:
    name: "."
    master: "a.root-servers.net"
    master: "b.root-servers.net"
    master: "c.root-servers.net"
    master: "d.root-servers.net"
    master: "e.root-servers.net"
    master: "f.root-servers.net"
    master: "g.root-servers.net"
    master: "h.root-servers.net"
    master: "i.root-servers.net"
    master: "j.root-servers.net"
    master: "k.root-servers.net"
    master: "l.root-servers.net"
    master: "m.root-servers.net"
    fallback-enabled: yes
    for-downstream: no
    for-upstream: yes
    zonefile: "/var/lib/unbound/root.zone"

Os parâmetros relevantes acima são:

Como nosso servidor possui 4 cores, colocamos 4 em num-threads também:
        num-threads: 4

O interface indica quais IPs ficarão escutando o serviço na porta 53/udp/tcp para ser consultado pelo servidor e assinantes:
        interface: 127.0.0.1
        interface: 10.10.10.10
        interface: fc00::10:10:10:10
        interface: ::1 

O outgoing-interface indica por quais IPs serão feitas as consultas de DNS para o mundo:
        outgoing-interface: 192.0.2.2
        outgoing-interface: 2001:db8::192:0:2:2

Habilita consultas IPv4 e IPv6, udp e tcp:
        do-ip4: yes
        do-ip6: yes
        do-udp: yes
        do-tcp: yes

Libera a consulta DNS para origem desses prefixos: 
        access-control: 203.0.113.0/24 allow 
        access-control: 2001:db8:1111:/48 allow

Esse trecho abaixo é referente à configuração do Hyperlocal:

auth-zone:
    name: "."
    master: "a.root-servers.net"
    master: "b.root-servers.net"
    master: "c.root-servers.net"
    master: "d.root-servers.net"
    master: "e.root-servers.net"
    master: "f.root-servers.net"
    master: "g.root-servers.net"
    master: "h.root-servers.net"
    master: "i.root-servers.net"
    master: "j.root-servers.net"
    master: "k.root-servers.net"
    master: "l.root-servers.net"
    master: "m.root-servers.net"
    fallback-enabled: yes
    for-downstream: no
    for-upstream: yes
    zonefile: "/var/lib/unbound/root.zone"

Após a configuração do Unbound basta reiniciar o serviço unbound e verificar se o arquivo /var/lib/unbound/root.zone foi criado com o conteúdo dos Root Servers.