Como funciona o traffic policy no Huawei

De Wiki BPF
Revisão de 23h11min de 6 de março de 2021 por Daniel Damito (discussão | contribs)
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Introdução

O Traffic Policy dos switchs e roteadores Huawei tem a função de aplicar políticas de tráfego, como o próprio nome já diz. Além de permitir o roteamento baseado em políticas (PBR), outros artifícios como o descarte ou rate-limit de tráfego também podem ser aplicados com este recurso.

O objetivo deste artigo não é esgotar o assunto, não é substituir a documentação oficial e tampouco dirimir todas as dúvidas. O único objetivo deste artigo é ajudar a comunidade a compreender melhor a lógica do traffic policy.

Existe uma chance de você ter chegado neste artigo pesquisando sobre "como fazer PBR em Huawei para CGNAT" ou tentando descobrir como direcionar o tráfego de clientes sem IP público para uma caixa que faça CGNAT, e caso seja este o teu caso, este artigo te ajudará a entender como isto funciona.

Um exemplo de PBR para CGNAT explicado

Suponhamos aqui que temos um cenário composto um BNG diretamente ligado à um roteador ou switch de camada 3 Huawei (fazendo a função de roteador para este cenário). Este equipamento Huawei possui uma interface diretamente conectada à borda do ISP e outra interface diretamente conectada à um NAT Server. Este NAT Server possui outra interface diretamente conectada também à borda do ISP. Veja abaixo um diagrama que exemplifica este cenário.

Exemplo de cenário
Exemplo de cenário

Poderíamos ter o NAT Server diretamente conectado ao BNG, de forma com que todo o tráfego de clientes com IPv4 públicos, IPv4 privados e IPv6 passassem pelo CGNAT, sem a necessidade do roteador Huawei entre os dois equipamentos, e consequentemente sem a necessidade do PBR. Entretanto isto traria dois problemas:

1) Aumento de custos: supondo que a rede tenha um tráfego total de 20 Gbps, onde 10 Gbps é de clientes com CGNAT, 5 Gbps de clientes com IPv6 e 5 Gbps de clientes com IPv4 público, você precisaria ter uma caixa de NAT Server com a capacidade de 20 Gbps tráfego, e não apenas 10. Neste exemplo, você necessitaria ter um gasto literalmente dobrado com equipamento para CGNAT. Onde poderia ser uma caixa de 10 Gbps, teria que ser uma caixa de 20 Gbps.

2) Ultra dependência do NAT Server: no caso de uma falha na caixa de NAT Server, todos os clientes (incluindo os que tem IPv6, IPv4 público e clientes ASNs) ficariam fora do ar, e não apenas os clientes com CGNAT.

Sendo assim, entendemos que no cenário do exemplo acima e em alguns outros, redirecionar para o NAT Server seletivamente apenas o tráfego originado por IPs contidos na rede 100.64.0.0/10 (CGNAT, RFC 6598) seja a melhor opção. E aqui iremos explicar como fazê-lo.

Considere que este ISP possua a rede pública 192.0.2.0/24. Considere também que este equipamento Huawei seja um NE20, NE40 ou NE8000.

Neste cenário nós iremos mostrar como direcionar todo o tráfego originado por IPs da rede 100.64.0.0/10 para o IP 172.20.0.2, exceto quando o destino for 192.0.2.0/24 (nossa rede pública de exemplo), outros IPs de CGNAT (100.64.0.0/10), e IPs privados da RFC1918 (192.168.0.0/16, 172.16.0.0/12 e 10.0.0.0/8).

acl number 3001

rule 5 permit ip source 100.64.0.0 0.63.255.255

acl number 3002

rule 5 permit ip destination 100.64.0.0 0.63.255.255

rule 10 permit ip destination 192.0.2.0 0.0.0.255

rule 15 permit ip destination 10.0.0.0 0.255.255.255

rule 20 permit ip destination 172.16.0.0 0.15.255.255

rule 25 permit ip destination 192.168.0.0 0.0.255.255

#

traffic classifier C-CGNAT-DstExceptions operator or

if-match acl 3002

traffic classifier C-CGNAT-ToBeNated operator or

if-match acl 3001

#

traffic behavior B-CGNATBypass

permit

traffic behavior B-ToBeNATED

redirect ip-nexthop 172.20.0.2

#

traffic policy P-CGNAT

classifier C-CGNAT-DstExceptions behavior B-CGNATBypass

classifier C-CGNAT-ToBeNated behavior B-ToBeNATED

traffic-policy P-CGNAT inbound global-acl