Como escolher um transito IP

De Wiki BPF
Revisão de 23h34min de 25 de julho de 2020 por Daniel Damito (discussão | contribs)
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ARTIGO EM CONFECÇÃO

Introdução

A escolha de um trânsito IP (upstream) deve ser bastante criteriosa, e não levar em consideração apenas o preço e a disponibilidade.

Antes de discorrer sobre isto, vale aqui relembrar sobre o conceito popular e errado do link IP Puro, que é mais explicado neste link. A Internet é baseada em peerings, como PNIs, pontos de troca de tráfego (IX's) e CDNs, e é isto que torna a Internet atual sustentável, acessível e de boa qualidade. Desejar que seu upstream não anuncie seus prefixos nestes peerings, além de ser uma distopia, tornaria o seu trânsito IP pior e mais caro. Sendo assim, a primeira coisa que não se deve buscar em um upstream é o fornecimento de um trânsito IP Puro.

Um outro grande mito muito difundido é de que as Tiers 1 são necessariamente melhores do que Tiers 2 e Tiers 3. Apesar de as Tiers 1 serem empresas geralmente maiores e mais consolidadas no mercado, isto nem sempre reflete melhor qualidade na prestação do serviço de trânsito IP, e isto pode acontecer por diversos motivos, como por não trocarem tráfego publicamente em IXs ou por não possuírem alguns critérios técnicos básicos, como o fornecimento de uma community de blackhole. Portanto, não restrinja sua busca por um fornecedor apenas à Tiers 1, a menos que tenha um motivo muito específico para isso.

Critérios e requisitos técnicos a se analisar

Mais abaixo enumerarei alguns critérios e alguns requisitos técnicos que devem ser analisados, mas antes disto é bom reforçar que toda a avaliação técnica dos candidatos à fornecimento de trânsito IP devem ser feitas por emails, chamados ou propostas comerciais formais, e não apenas por ligações ou conferências. Isto para que as promessas feitas antes da contração possam ser cobradas formalmente ou até judicialmente em caso de descumprimento da oferta.

Mencionarei as perguntas abaixo, que podem ou devem ser feitas, na segunda pessoa do plural para facilitar a cópia e a colagem à quem interessar.

  1. Vocês possuem uma community de blackhole? Caso a resposta para esta pergunta seja não, cesse imediatamente a negociação com esta empresa. Como eu explico neste artigo, um fornecedor de trânsito que não possua suporte à blackhole pode significar a sucumbência total de sua operação durante uma crise de ataques (D)DoS.
  2. Qual o número máximo de prefixos em blackhole aceitos por vocês? Convém que você calcule um número médio e razoável de prefixos não utilizados por seu sistema autônomo e que potencialmente podem ser anunciados para a blackhole simultaneamente em casos de ataques distribuídos. Um número máximo muito pequeno, como 5 ou 10 pode ser insuficiente durante uma crise, portanto sempre peça um número de prefixos máximos de blackhole igual ou superior à média de IPs não utilizados por sua empresa.
  3. Qual o número máximo de prefixos totais aceitos por vocês?
  4. Vocês possuem um Looking Glass? Se sim, qual a URL?
  5. Vocês possuem communities BGP informativas nas rotas que exportam à seus clientes? Se sim, podem nos informar, por favor?
  6. Vocês aceitam communities BGP para que possamos manipular nosso tráfego (nosso sentido de download)? Se sim, podem nos informar, por favor?
  7. Quais são os upstreams (fornecedores de trânsito) de vocês para os quais vocês anunciarão nossos prefixos e de nossos outros downstreams? Se possível, descrever as conectividades de Peering também.
  8. Para quais IX's vocês exportarão nossos prefixos e de nossos clientes?
  9. Vocês utilizam IRR?
  10. Caso utilizem IRR, aceitam a ativação de novos prefixos exclusivamente por ele?
  11. As vossas políticas de BGP são exatamente iguais para IPv4 e IPv6? Com isto quero dizer: tudo o que fazem em IPv4, fazem igualmente em IPv6?
  12. Vocês possuem selo MANRS?